Dando uma passeadinha por tudo que me entretem nesse mundo dos blogs, me emocionei com um relato de parto, que esta disponível no Blog da Angi,o Mãe de Guri... e isso vale dois posts no mesmo dia...
Me desculpe a sinceridade, mas enquanto muitas mulheres ficam tentando convencer umas as outras de que um tipo de parto é melhor que o outro e vice-versa, a Ana Paula do Blog Lado de Fora do Coração conta como foi o seu nascimento como filha, uma história linda e imposível de não encher os olhos de lágrimas, quem é mãe (e isso independe da maneira como pariu) consegue imaginar o tamanho da dor de uma separação. Parabéns Ana por compartilhar conosco uma história tão linda.
Segue o texto.
"Escrevo sobre o meu parto. O meu parto como filha, como eu vim ao mundo.
Era uma manhã de inverno. O céu límpido e sem nuvens tornava ainda mais belo os raios do sol.
Minha tia apressou-se para chegar ainda cedo ao prédio de três andares onde morava minha mãe.
Subiu cuidadosa as escadas, tocou a campainha e assim que a porta se abriu, disse para minha mãe:“Diva, aqui está o bebezinho que você tanto queria, agora ela é a sua filha”.
Foi uma grande correria pelos vizinhos para pedir alguma roupinha, fraldas de pano, mamadeiras...
Quando meu pai retornou do trabalho, encontrou um pacotinho muito cabeludo em cima da cama.
Essa história foi contada pela minha tia, infelizmente meus pais já haviam morrido. Eu tinha quinze anos.
Não sei como foi o parto biológico que me trouxe ao mundo. Sei que este é um tipo de parto onde duas mães sentem dor. Não importa a intensidade, dor não se julga. A dor de quem não pode parir, a dor de quem não pode ficar com o filho. Sim, sabemos que há muita insensibilidade no mundo...
Também não sei se esta história é verdadeira. Mas é a história que eu conto para me ninar.
Uma linda menina de dezesseis anos foi à maternidade onde trabalhava minha tia como enfermeira, que acompanhou o pré-natal, as angústias da moça por ter sido colocada para fora de casa pelos pais e o desespero de não poder cuidar de uma criança.
Minha mãe, que não podia ter filhos, um dia pediu a esta minha tia que se aparecesse por lá m bebê, ela queria. Minha tia tirou-lhe as esperanças dizendo que era muito difícil.
Minha tia nada contou à minha mãe, com receio que desse errado. Tudo foi uma surpresa.
Durante o tempo de adolescência questionei muito como tinha saído do hospital com o nome dos meus pais adotivos, por que, por que, por que... O tempo passou e nada disso importa. Os pormenores da história não dizem nada.
“Na calçada em frente ao hospital, tua mãe me entregou, pegou sua mãozinha, beijou demoradamente e desejou que fosse feliz. Seus braços vazios se contorceram de dor”. Assim minha tia me contou.
Um tipo de parto difícil para as duas, com muitos riscos. Enfim prevalece o amor – doar, adotar.Às lindas mães que viram o peito crescer de tanto amor por um filho gerado em outro ventre.O parto de vocês é lindo."
Ana Paula - Lado de Fora do Coração
Beijinhos com carinho, Tati Ramos Notari.